sábado, 3 de novembro de 2012

Gênero dialogal: conversa telefônica

Os textos a seguir fazem parte de uma prática de escrita sobre gêneros literários. O grupo a quem este blog pertence ficou com o gênero conversa telefônica.

Nos foi dado uma fluxograma com acontecimentos aleatórios onde tivemos que elaborar uma provável conversa telefônica entre dois amigos sobre tais acontecimentos. Segue o fluxograma:


Cada integrante do blog fez sua versão dos fatos.

De acordo com a solicitação do promotor de justiça, Sr. Perry Mason e com a autorização do juiz da 3ª vara criminal da cidade de Valhalla, o Sr. MM. Jordan Barbosa, a empresa de telefonia Liguemais disponibilizou para o inquérito policial a conversa feita pelo principal suspeito do crime, o Sr. Pedro e um provável amigo, o Sr. Paulo.


Ligação feita às 07:15 no dia 04 de julho de 2012.


Paulo: “Alô?”

Pedro: “Alô? Paulo? É o Pedro.”
Paulo: “Beleza Pedro? Aconteceu alguma coisa?”
Pedro: “Aconteceu, cara! Acordei agora a pouco e tocou a campainha de casa, enquanto eu estava no banheiro. Achei meio estranho ela tocar tão cedo. Desci correndo pra ver quem era, pois ela tocou várias vezes.”
Paulo: “Ah... e quem era?”
Pedro: “Então, cara, era ninguém!”
Paulo: “Ah, “velho”, é coisa de criança. A molecada não tem mais o que fazer e fica tocando campainhas alheias por diversão.”
Pedro: “Antes fosse isso, cara! Eu abri a porta e tinha um cara caído na soleira, em frente à porta.”
Paulo: “Caído? Ele estava passando mal?”
Pedro: “Não! Eu olhei para os lados pra ver se havia mais alguém e nada. Somente o cara caído. Vi que ele não mexia. Daí, abaixei para cutucá-lo pra ver se ele falava alguma coisa.”
Paulo: “Ta! E aí?”
Pedro: “E aí que o cara estava gelado e branco. Ele estava morto, Paulo!”
Paulo: “Ah, cara! Você me liga há essa hora pra fazer piada com a minha cara?”
Pedro: “Não velho! Eu to falando a verdade! O cara estava morto, com a camisa toda manchada de sangue. Eu não estou brincando!”
Paulo: “O louco, cara! Você ta falando sério?”
Pedro: “To, cara! Muito sério! Tem um cadáver na porta da minha casa!”
Paulo: “Nossa! Liga pra polícia, então! Pode ficar ruim pra você!”
Pedro: “Já fiz isso, cara! Liguei no 190 e expliquei a situação. Eles falaram que uma viatura estaria a caminho. Já faz uns quinze minutos e até agora nada.”
Paulo: ““Caraca”, meu! Que fita, hein!”
Pedro: “Pois é! To assustadíssimo, cara! Não sabia o que fazer, se puxava o corpo pra dentro ou o deixava lá como estava.”
Paulo: “Não, cara! Nem encosta nele! Deixa do jeito que está e espera a polícia chegar!”
Pedro: “Foi o que eu fiz. Cara, vou desligar. Acho que a polícia chegou aqui.”
Paulo: “Beleza! Na hora do almoço eu passo aí.”
Pedro: “Beleza. Falou.”
Paulo: “Falou, cara. Abraço.”


Paulo Balbino 

Trinta de Outubro de 2012. Um dia inusitado na vida de minha amiga!


Rosani: Alô!

Rosa: Oi! Rosani! É a Rosa! Estou desesperada. Não sei o que fazer.

Rosani: Calma! Fale devagar. O que aconteceu?
Rosa: Quando eu estava no banheiro, escovando os dentes e lavando o rosto, ouvi a campainha. Fui atender e não era ninguém. Mas, ao olhar para o chão levei o maior susto!
Rosani: Sério! O que você viu?
Rosa: Você não vai acreditar. Era um homem caído na soleira do meu apartamento e parecia estar morto!
Rosani: Mas, estava morto mesmo?
Rosa: O pior que estava.  Ao tocá-lo percebi que estava gelado.
Rosani: Você ligou para a polícia?
Rosa: Liguei para o 190 e avisei que tinha um homem morto, um cadáver, no corredor em frente à soleira do meu apartamento.
Rosani: A polícia já veio?
Rosa: Não. O policial disse que não há previsão para chegar ao local. O pior é que estou morrendo de medo com esse cadáver na soleira do meu apartamento.
Rosani: Calma! Eles virão, e tudo se resolverá. Você já fez o que era preciso, agora é só aguardar.
Rosa: Espero que sim! Estou ouvindo conversas no corredor, acho que é a polícia! Vou desligar! Qualquer coisa, eu te ligo novamente. Tchau!
Rosani: Tchau!


Rosani Sorgato

Surpresa Inusitada


Assistindo ao jornal do meio dia acompanhei a reportagem sobre um cadáver deixado por alguém na porta da casa de Dona Angélica, moradora do bairro América. Fiquei surpresa pois ela é minha amiga e não havia me contado nada. Imediatamente liguei para ela, mas não me atendeu. Tentei várias vezes, mas não consegui falar. Algumas horas mais tarde meu telefone toca, era ela, atendi aflita:


Rose: Alo?

Ângela: Alô amiga,só agora pude retornar, vi suas ligações mas estive na delegacia enrolada com esclarecimentos até agora.
Rose: Ah, imaginei mesmo que pela gravidade da situação seu dia ia ser tumultuado. Mas me fala como você está?
Ângela: Agora estou calma, mas fiquei muito mal, assustada e com muito medo.
Rose:Eu assisti pela tv reconheci sua casa e você ao lado conversando com policiais. Que loucura, cada coisa que acontece!!
Ângela: Pois é, foi horrível! Eu tinha acordado as 6 da matina como de costume, tomei banho e estava terminando de me arrumar quando a campainha tocou,levei um susto! Pensei aconteceu alguma coisa...Lembrei da família distante,sabe como é, aliás você me conhece!
Rose: Ah! Sê conheço, nervos a flor da pele sempre.
Ângela: Verdade! Mas aí troquei de roupa rápido e fui atender. Observei pelo olho mágico, ninguém. Abri a porta bem devagarinho e nada Quando olhei para o chão vi um homem deitado, sujo de sangue, pálido e com o olhar parado.
Rose: Meu Deus!Que Susto Guria! E ai?
Ângela: Meu coração disparou, não sabia se gritava, e o que gritar! Amoleci, pensei vou desmaiar!
Rose: Deus do Céu que situação!
Ângela: Nem me fale, fiquei parada sem saber o que fazer. Depois criei coragem, pulei o corpo, fui até a rua procurando alguém pra me ajudar e nada, não encontrei ninguém.
Rose: Por que não gritou Sr.João, vizinho do lado? Não tinha ninguém acordado?
Ângela: Ah, pelo horário estavam todos dormindo. Esqueceu que aqui no bairro a maioria do pessoal é aposentado, dormem até tarde!
Rose: Esqueci desse detalhe, mas e aí o que fez?
Ângela:Voltei para porta e encostei meu ouvido no peito dele para ver se estava vivo, senti a frieza e a rigidez fúnebre, fico mal até de lembrar.
Rose: Uau! Foi corajosa! Eu não teria essa coragem!
Ângela: Teria sim, na hora a gente acaba fazendo coisas sem pensar muito.
Rose: Pode ser...Mas e aí o que fez depois?
Ângela: Quando vi que estava morto e pelo jeito já havia algum tempo, telefonei para a polícia e contei o que havia acontecido, passe o endereço e fiquei aguardando.  Imagina a cena, eu sentada no sofá de frente para a porta onde estava o morto!
Rose: Mesmo depois disso tudo não chamou o vizinho?
Ângela: Sim, liguei para Dona Ana,vizinha de frente, contei o que havia acontecido e ela logo veio para esperar a polícia comigo. Foi muito gentil e prestativa.
Rose: Ainda bem que chamou, nessas horas não da pra enfrentar tudo sozinha, aliás por que não me ligou?
Ângela: Até pensei, mas é longe, você ia demorar pra chegar, também me lembrei que você teria que levar as crianças pra escola, achei melhor te ligar mais tarde!
Rose: Ah! Sabe que eu daria um jeito de ir! Mas e agora você prestou os esclarecimentos?
Ângela: Sim, junto com os policiais vieram um investigador e um perito que já iniciaram as investigações. Contei tudo como aconteceu.
Rose: E os policiais falaram o quê?
Ângela: Me ouviram, chamaram o IML para buscar o corpo e pediram para que eu os acompanhassem até a Delegacia do bairro.
Rose: E ai?
Ângela: Lá, contei tudo de novo ao delegado. Ele me fez muitas perguntas e eu respondi na medida do possível pois não sabia muitos detalhes, aliás não entendi até agora o que aconteceu. Depois me dispensou dizendo que a qualquer momento serei chamada para novos esclarecimentos.Vou ficar enrolada um tempo ainda com essa história!
Rose: Com certeza, mas vai passar!
Ângela: Espero que passe logo, quero esquecer o que vi, esquecer esse dia!
Rose: Calma Ângela, esfria a cabeça! Amanhã passo aí para conversarmos , que tal um cineminha? 
Ângela: Vamos ver, vou pensar, agora preciso desligar porque você não imagina...
Rose: O que aconteceu?
Silêncio...
Rose: Ângela o que foi? Fala criatura?
Ângela: A campainha está tocando ....e eu estou morrendo de medo de atender!!
Rose: Calma deve ser o, o, o carteiro!
Ângela: Pode ser e pode não ser!!! Vou ter que atender, depois nos falamos. Beijo!
Rose: Vai firme, depois te ligo, beijo!  


Rose cleria

02 de Novembro de 2012. Susto no feriado.

Luciana: Alô?
Susana: Alô? Lú? É a Susana.
Luciana: Tudo bem Su? Você não costuma ligar em feriados, o que aconteceu?
Susana: Lu você não imagina o que aconteceu, estou com as pernas bambas até agora, ai meu Deus como eu falo isso?
Luciana: Pelo amor de Deus! Fala logo menina! Não faça rodeios!
Susana: Você não vai acreditar, porque eu não estou acreditando até agora.
Luciana: Ai Su, para de fazer suspense e conta logo eu estou curiosa.
Susana: Tá bom, eu acordei hoje e quando estava no banheiro, ouvi a campainha tocar, tocou duas vezes troquei rapidamente e sai correndo para abrir a porta e quando abri aiii meu Deus!
Luciana: Fala de uma vez!
Susana: Tinha um homem deitado na soleira da minha porta, pronto falei!
Luciana: Nossa amiga você tá poderosa heim, os homens estão caindo aos seus pés.
Susana: Não é nada disso.
Luciana: Então o que foi?
Susana: Chamei várias vezes, ele não se mexeu, fiquei com medo de tocar nele.
Luciana: Você chamou a policia?
Susana: Sim, fechei a porta correndo e liguei para 190.
Luciana: Nossa que susto amiga! A polícia levou o corpo?
Susana: Sim, fotografaram tudo e colheram meu depoimento, mais ainda estou com medo, por isso te liguei.
Luciana: Tenha calma, o que você podia fazer, já fez, chamou a polícia, eu estou indo aí chego em quinze minutos ok.
Susana: Obrigada Lú! Vem sim, por favor, não quero ficar sozinha aqui.
Luciana: Ok estou indo.
 
 

2 comentários:

  1. Oi Paulo,

    Lendo seu texto e os comentários das colegas no fórum, a linguagem do seu texto, sem sombra de dúvida, chama a nossa atenção.

    Ficou muito interessante e real com a forma que muitos alunos falam hoje em dia.

    Em relação às características que o gênero conversa telefônica deve ter, creio que você tenha privilegiado todos.

    Parabéns!

    Abs,

    Andrea

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  2. Queridos cursistas, parabéns a todos pela criação e alimentação do blog. Continuem usando o mesmo como ferramenta pedagógica na sala de aula. Abraços, tutora Tamar.

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